Hoje me "bateu" uma saudade da época em que trabalhei no Espaço Cultural, o ano de 2006 foi marcante para mim, aconteceram várias coisas que só minha mente e meu coração secretam ... me veio à memória às vezes que ia ao teatro e me encantava com as peças (uma média de 20 vezes, só aquele ano), programações feitas por iniciantes nas artes cênicas e alguns experientes, as exposições, desde de coisas mais absurdas até as mais simples e pomposas, sem contar nos projetos, que eram poucos, mas eram especiais.
Nunca me esquecerei da palestra que fui, onde um senhor judeu que esteve num Campo de Concentração e morava num "Gueto Judáico", falava constantemente da importância da família, de estar perto, de dar o valor merecido à esta. Ele relatou que presenciou diversos fatos que mantêm ainda vivos na memória, como o caso de um esconderijo, onde ele e umas vintes pessoas estavam, um metro quadrado qualquer pequeno, apertado, abaixo de uma casa, e havia uma bebê de colo que não parava de chorar entre eles, percebendo a chegada dos soldados nazistas fizeram de tudo para o bebê parar de chorar. Não conseguindo tiveram que tampar a boca do bebê e tapá-lo com panos para abafar o som ou qualquer ruído, passando-se alguns minutos, os soldados notando que não havia judeus na casa, foram embora. Em seguida, apressaram-se para destapar o bebê e tirá-lo de todo o pano que o cobria, após feito isso, verificaram que o mesmo não vivia mais ... triste história contada por aquele senhor, com os olhos chorosos. Após a palestra, fui cumprimentá-lo e ele olhou nos meus olhos e perguntou se poderia me dar um abraço, me senti comovida e disse que sim, senti como se fosse meu avô (saudoso avô) estivesse me abraçando, havia respeito e ternura nesse singeloso abraço. Deus o abençoe, aonde estiver.
Me lembro, também, das pessoas que conheci, as mais loucas possíveis e impossíveis ... havia liberdade nas escolhas, nas atitudes, na criatividade, nos risos. Palavras escolhidas aos dedos, também havia uma mistura de orgulho e soberba. Hoje, não sei por onde andam ... devem estar fazendo alguma espécie de arte, entendida apenas pelos próprio autores, ou seja, eles mesmos.
Não poderia deixar de relatar de um projeto que participei da Funarte que se chamava "Interferências Urbanas" onde participei de uma oficina que faziamos pintura no centro de Nova Iguaçu, no calçadão, em pleno chão, à tarde, durante uns 03 dias, foi super legal! Sem contar na "m" que deu uma outra oficina do mesmo projeto que era para ter escrito na Serra do Vulcão a frase "EU AMO NOVA IGUAÇU" mas ao invés disso foi feito o desenho de um tridente, deu uma confusão ...
E para finalizar, o projeto que mais me prendeu a atenção foi o festival "Sesi Bonecos do Brasil" com bonecos de Olinda - PE, realizados nos dias 19 e 20 de agosto, no Aeroclub de Nova Iguaçu, seria um evento sensacional, se não fosse a forte chuva e a tempestade de vento no domingo (dia do meu aniver ... aff!), que fez com que o evento terminasse cedo, mas pude aproveitar bastante no sábado ... lembro que no mesmo dia de sábado fui a apresentação de Dança de Ciranda, de um grupo que era de Paraty - RJ, no Sesc de Nova Iguaçu com a galera que trabalhava, e por incrível que pareça no meio do show os integrantes do grupo pegaram algumas pessoas da platéia para dançar e acabei indo dançar com o pessoal (por livre espontânea pressão rsrs) ... foi super legal ... depois voltamos para o Sesi Bonecos e ficamos para o show do grupo Cordel do Fogo Encantado, que foi super loucoo, mas me divertir bastante ...
Enfim, muitos momentos bons que a gente vive e reVIVE na nossa memória ... tudo feito com consciência e tranquilidade. Nada fugiu e fugirá dos meus princípios!
O diferencial nisso tudo estava no "cardápio" que a vida me proporcionava de oportunidades para conhecer algo novo, para mim, mas que em algumas vezes possuia um pré-conceito não satisfatório, mas que com a oportunidade de presenciar "o fato" me fez ter um novo olhar, um novo conceito existencial.
Lembrando que INDEPENDENTE de qualquer situação, serei sempre a Bárbara, manterei firme as minhas raízes e meus valores, mas não deixarei de buscar a essência e obter um "novo olhar" a minha volta.
